13 de mai. de 2009

NÃO É BONITO SER FEIO

Você já reparou o quanto se tem espargido aos quatro ventos a cultura do feio?


Lançando um rápido olhar sobre as animações infantis logo podemos constatar isso. São personagens meio humanos, meio monstros; estereótipos masculinos com voz e trejeitos femininos e vice-versa. A figura do homem e da mulher é representada na grande maioria de forma caricaturada e em alguns desenhos, por exemplo, não são mostrados sequer os rostos.
Em certo episódio do – monstrengo – Bob Esponja assisti, a uma cena politicamente incorreta, grosseira e de extremo mau gosto. O personagem principal vendia um sabonete rejuvenescedor a uma mulher, na porta de sua casa, de cujo interior se escutava uma voz, estridente, aproximando-se. Tratava-se da mãe da cliente atendida pela ridícula esponja falante. A imagem era repugnante, um pedaço de espinha dorsal, numa cadeira de rodas, encimada de um crânio falante. Pior ainda era a mensagem transmitida: a filha brigava com a mãe e exasperava a idéia de comprar o sabonete que lhe pudesse rejuvenescer.
Inconformado, procurei meus direitos de consumidor. Não logrei êxito, pois, até hoje não descobri o canal de atendimento ao consumidor da emissora que rodou a animação. Bem, mas isso é assunto para outro artigo. Quero ressaltar aqui o feio propagado como belo, aos moldes da mentira disseminada como verdade. O feio é destituído, além da beleza, de verdade.
As tribos urbanas como os Emos, Darkers, hippies, clubber, punks, Headbangers, etc possuem um estilo cujo parâmetro, com certeza, não é a beleza. Piercings, maquiagens pesadas, franjas longas, roupas sujas, rasgadas, calças em tamanhos desproporcionados ao corpo, por excesso ou por falta são alguns dos acessórios considerados indispensáveis aos membros desses grupos que, digamos, pensam que é bonito ser feio.
Ora, é feio aquilo que não revela a essência de cada ser, logo, podemos assegurar não se tratar de um problema pontual, ligado apenas a algum grupo ou dimensão da vida humana, por conta disso podemos falar numa cultura do feio.
Já na música a feiúra está presente em composições cujas letras não passam de uma seqüência de palavras xulas, desconexas e xingamentos executadas por cantores tão ridículos ou vítimas quanto.
Nas artes plásticas o fenômeno da exaltação do feio cresce e predomina. Exposição com cadáveres de verdade podem ser vista na melhores salas de museus; um artista (será mesmo artista?) na Costa Rica amarrou um cão abandonado a uma pequena corda, numa galeria de arte, até que ele morresse lentamente de fome e sede à vista dos visitantes. O ato foi considerado uma “forma de arte” e, a Bienal Centroamericana de Arte convidou-o novamente a repetir o feito em 2008.
A problemática revela o feio levantando-se ferozmente contra o belo, mas um binômio para designar a luta entre o velho e o novo, Luz e trevas.
Na teologia de Santo Tomás o belo e o bom são a mesma realidade. Beleza junto com a verdade, bondade e unidade é um atributo de Deus. O termo grego utilizado pelo evangelista João que designa Jesus como Bom (καλος / Kalos) pastor é sinônimo de belo. Então dizer que Jesus é o bom pastor ou o belo pastor é a mesma realidade.
O desejo do Belo Pastor é reconduzir ao redil as ovelhas que se encontram presas nas garras do ladino lobo, o pecado e o próprio demônio, que procura roubar-lhe a beleza originária de filhos amados de Deus.

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