19 de mai. de 2009

EXPERIÊNCIA QUE AMADURECE

Uma das experiências mais difícieis de ser enfrentada é a prova da dor. O homem moderno busca a todo custo anestesiar-se, entrar numa espécie de catarse, na qual a dor seja banida. Daí passa a perseguir uma vida epicuréia, dada ao prazer, exclusivamente. A dor é inerente à condição humana, bem como o sofrimento.
Isso não quer dizer que ela (a dor) deva ser buscada por si só, isso seria cair no masoquismo, aliás, uma compreensão errônea de se encarar a dor e que cresce entre as pessoas.
Todos podem comprovar que após uma experiência de sofrimento, vivida com o mínimo de maturidade somos de alguma forma renovados. Algo em nós muda, reluz, alicerça-se.
Havia um filósofo, Heráclito, que tinha como máxima a epígrafe que "uma pessoa não pode entrar duas vezes no mesmo rio", isso porque as águas, sempre correntes, impediriam tal acontecimento.
Guardando as devidas ressalvas quanto ao pensamento do filósofo, em parte existe razão em sua afirmação. Não podemos passar por um sofrimento e permanecer o mesmo, bem como não enfrentamos experiências de dor semelhantes da mesma forma, sempre algo em nós é mudado, modificado.
É bem certo que ao atravessar o rio de águas revoltas somos tomados de medo, incerteza e outros sentimentos que nos impedem de fixar a visão na margem seguinte onde está a segurança, a terra firme.
Podemos chegar ao outro lado do rio e quando necessário fazer o caminho de volta sabendo que não somos os mesmos, pois estamos mais maduros, experientes, versados na dor, acrisolados no sofrimento, resistente à fuligem da desventura, cheios de uma bravia e resoluta decisão de ser melhor, de acertar o alvo.

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