14 de mai. de 2009

EXPERIÊNCIAS PARA UMA ECONOMIA HUMANA DE RECIPROCIDADE

Quem pensa que fé é um tema de cunho intimista e sem nexo com outras realidades da existência humana como economia, cultura, etc, está por demais equivocado. A fé deve permear todas as relações e setores da sociedade, assim poderíamos testemunhar o nascimento de uma nova cultura. Nessa perspectiva falamos sobre a economia humana de reciprocidade, algo novo e ainda embrionário, mas que pode crescer e favorecer a muitos necessitados.


Tereza Ganzon é Diretora-presidente do Banco Kabayan – Ibaan Rural Bank das filipinas. Ganzon em conferência ministrada em Fortaleza, ano passado,afirmou que, “o microcrédito não é um mero empréstimo, mas representa oportunidade de desenvolvimento a uma camada da população que teria pouquíssima chance de ter tal crédito”.
No Kabayan o microcrédito é feito baseado no fluxo de caixa e análise de caráter, conta com tecnologia que possibilita pagamento via telefone celular das parcelas do empréstimo. As pessoas são acompanhadas rigorosamente por um grupo de funcionários treinados que semanalmente acompanham os empreendedores. O emprego direto é gerado de acordo com o número de empreendedores cadastrados.
Em 44 anos de existência o banco contava com 1.000 clientes, com seis anos fazendo a experiência do microcrédito o número subiu pra 10.000. Tereza Ganzon frisou que “as pessoas pobres tem a capacidade de poupar desde que exista um sistema adequado”, e ainda, “tem crescido a poupança perante o empréstimo e aquelas cobrem estas”, disse.
Constata-se melhoria de vida dos clientes e crescente oportunidade de empregos ligados aos empreendedores que expandem seus negócios. Além de tudo as pessoas ganham mais confiança em si mesma. Ganzon citou exemplos como o de Ronaldo Cuervas, pescador, que antes do empréstimo não possuía barco e era impossibilitado de manter os filhos no colégio, depois de 1 ano e meio, num terceiro ciclo de microcrédito, Cuervas já pôde adquirir um barco e o melhor: colocar na escola os quatro filhos.
O banco rural que Tereza está no comando além de ajudar as pessoas gera lucro. O grande impulsionador deste ideal foi a economia de Comunhão, experiência de economia surgida no Focolare que, leva em conta a pessoa inteira e tem como colunas a solidariedade e a comunhão.

2 comentários:

Ingrid disse...

Será que vem daí a inspiração para os bancos comunitários sem vínculo religioso, como por exemplo o mais próximo e conhecido de nós, o Banco Palmas?!?!

Vanderlúcio disse...

Sim, é justamente esse modelo que segue o Banco palmas, com alguns diferenciais, mas ideia principal é facilitar o crédito àqueles ue não teriam outra possibilidade de tê-lo. Em ambos os casos é muito interessante perceber o rigor que existe no acompanhamento dos investimentos dos sócios. Acredito que o sucesso de tal empreedimento se deva em grande parte a isso.