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Minha cultura interiorana ajudou-me a ter uma relação próxima de minha família, talvez nem tanto afetuosa como eu gostaria mas descubro a cada dia sua importância.
Hoje ouvi Dom Adélio, bispo emérito de Quixadá, de 80 anos recordar um fato de sua adolescência com sua mãe tão vivaz que parecia ter acontecido ontem. Um ensinamento que segundo ele não encontrou em nenhum dos livros lidos em sua vida, nem nas práxis da filosofia e teologia mais modernas.
Foi quando atentei mais uma vez para a beleza desta instituição que embora venha sendo tão bombardeada é uma referência para a humanidade em muitos aspectos. Um deles que destaco é o acolhimento. Saber-se amado por um pai e uma mãe, contar sempre com sua compreensão e apoio é algo impagável.
As dificuldades, brigas, discordâncias só tornam mais fortes os laços sanguíneos. Já passei por poucas e boas como se diz com minha família. Ensinaram-me tantas coisas. Ensinaram pelo exemplo, pelos conselhos, pelo silêncio. Conquistaram-me pelas pequenas e grandes ações de amor materializadas em gestos, pratos, carinhos, proibições, enfim. Como no ensinamento bíblico tudo fizeram concorrer para o amor.
Alguns acontecimentos da vida parecem nos fazer voltar para a estaca zero. Decepções, rompimentos, planos que falharam e as percas. Estas últimas são de uma dor escomunal, mesmo. Na família há possibilidade de encontrar o reconforto, o alívio, o bálsamo que suaviza a ausência, que acelera a cicatrização.
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