Luz chegou à terra de Roca ainda na juventude, aos 140 anos. Um lugar aparentemente calmo, convidativo à permanência. Seus habitantes à primeira vista eram calmos e amistosos.
Em Roca, o continente era dividido em três níveis..O primeiro,localizado no topo habitavam os seletos. Lá estava a energia que movia toda engrenagem das outras duas esferas. A segunda esfera era um pouco afastada da primeira, contudo existiam vínculos estreitos entre as duas realidades. Já na terceira esfera os seus habitantes olhavam extasiados para os das outras duas e ficavam a suspirar quando poderiam atingir um dos andares superiores.
Luz ignorava por completo o que existia além dos muros de Roca. Nesta cidade embrenhou-se e nela viveu, ao todo, uns 130 anos.
Qual não foi o choque do moço o sair da primeira esfera.
Maior ainda foi o espanto de descobrir que existia vida além de Roca.
Aparentemente vencido por Artenisio, o insidioso, Luz foi deportado ao vale das lágrimas. Um lugar cortado por regatos e habitado de um silêncio sepulcral. Ouvia-se apenas o barulho das águias e uma onomatopéia de soluços produzidos nas pequenas montanhas. Não existia dia ou noite, era iminente a escuridão. Um clima frio e nebuloso permanecia e envolvia o moço.
Ao sair, uma das primeiras vezes aos arredores de Roca, a cidade que parecia o paraíso perfeito, Luz encontrou Tchiane, uma circense, na opinião dos moradores de Roca, uma infeliz. Tchiane gostava de agradar, ao jovem Luz deu-lhe uma bola e um gato, presentes de sua raça.
Luz suspirava noite e noites lembrando-se de Roca. A imagem da terra que idealizara desfazia-se como a fumaça ao vento. Com a alma marcada pelo sofrimento o jovem sabia que tinha muito o que aprender. Uma das coisas era descobrir que perfeição não existia em Roca. Aliás, isso ele sabia, só não considerava a verdade.
(...)
Em breve confira a continuação deste conto-crônica. Quer saber mais sobre Roca? é só deixar sua pergunta ou comentário aqui no Blog.