28 de fev. de 2009
O retorno do Rei
clique em cima da imagem para ler o texto.
Sabe que de qual obra foi extraído esse trecho? Pois é, foi da Obra O Senhor dos anéis - O retorno do rei, de Tolkien. Caso você queira ter essa obra na memória do seu PC, gratuitamente, deixe seu e-mail nos comentários e em breve você estará recebendo-a.
Vanderlúcio
27 de fev. de 2009
Um dos melhores escritores do século XX, C S Lewis, ainda é pouco conhecido no Brasil. Se você ainda não teve a grata oportunidade de ler suas obras, tem agora a chance de ouvi-lo na rádio BBC de Londres. O vídeo ACIMA é o Lewis falando sobre oração, numa de suas palestras feitas na rádio. Dessas palestras, surgiu o livro Cristianismo Puro e Simples. Por Alexandre (orkut, comunidade cs lewis).
26 de fev. de 2009
A Campanha da Fraternidade traz em sua 45ª- edição aborda a temática fraternidade e segurança pública, tema de extrema importância e relevância nos dias atuais em que se observa o crescimento da violência em todos os seus níveis e com ela os requintes de crueldade.
A campanha da fraternidade, situada na época da quaresma conclama todos a refletir e dar uma resposta a essa onda sangrenta que avança sobre a sociedade. Trata-se de um problema de todos e não apenas de algumas instituições ou das autoridades.
Sobre a questão da falta de segurança pública não se pode pensar que o problema seja resolvido somente com mais aparato policial nas ruas ou criando medidas punitivas mais rigorosas.
A Igreja faz a sua parte em lançar o apelo e desenvolver projetos que podem iluminar os órgãos públicos em várias dimensões. Sua presença, ainda que velada ou pouca compreendida é constante no meio penitenciário, na defesa da vida, na recuperação de adictos da droga e ressocialização de egressos do regime penitenciário.
É hora de unir forças, somar idéias, dar concretitude às palavras. Através do diálogo, o novo nome da caridade, segundo o memorável João Paulo II , se pode construir um novo na sociedade.
Para se obter êxito nessa Campanha é imprescindível o empenho de cada um, pois sem ele a roda não gira,atravanca e atrasa deste modo o verdadeiro progresso da humanidade, aquele que é interior; que brota das salubres relações inter-pessoais.
A violência nasce, antes de tudo, no coração do homem. Contudo, também a paz nasce nesse mesmo coração. Temos, então, na comparação bíblica Paulina o homem velho e o homem novo que se digladiam dentro de si. Vence, no entanto, aquele a quem dermos maior força. Essa é uma excelente oportunidade de darmos vitória ao homem novo que traz consigo o diálogo, o respeito, a concórdia e a misericórdia.
Vanderlúcio Souza
23 de fev. de 2009
Quem acompanhou os noticiários dos últimos dias puderam assistir, ver ou lê a notícia que o presidente Lula distribuiu camisinha no Sambódramo. A agência O Estado assim inicia a divulgação do fato, “Entregue ao espírito do carnaval, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez apologia do sexo seguro no Sambódromo do Rio ao distribuir camisinhas (...)”, prossegue a matéria, “Ao lado do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, Lula atirou cartelas de preservativos em direção ao público.” Em seguida o fato é explicado. Pasmem! “Segundo o ministro, foi a primeira-dama, Marisa Letícia, que, involuntariamente, transformou o presidente em garoto-propaganda da campanha do Ministério da Saúde para o carnaval. Marisa se queixou ao ministro de que a cesta de utilidades do banheiro do camarote dos convidados do presidente e do governador tinha de tudo, menos camisinha.”
Após a queixa da senhora primeira dama uma ação tática é montada, acompanhem: "Liguei para Sérgio Cortes (secretário de Saúde do Estado do Rio), e ele me trouxe várias, logo abasteceram os camarotes com muitas camisinhas", disse Temporão. Em seguida o ministro da saúde incentivou o presidente a jogar cartelas de camisinha para o público. Porém, antes de jogar, “Lula guardou alguns no bolso para brincar com Cabral”. Isso mesmo que você leu, o presidente da república, um homem público sabedor que suas ações são olhadas por todas as lentes, “guardou alguns no bolso para brincar com Cabral”.
Incentivar o uso da camisinha é incentivar a prática do sexo livre, algo inaceitável, pois suas consequências são desastrosas.
O presidente - que se gabou certa vez de nunca ter lido um livro por inteiro - desconhece a ação do colega presidente da Uganda, Yoweri Museveni. Este país conseguiu, através de uma agressiva campanha de abstinência sexual e apelo à fidelidade nas relações, diminuir a taxa de contaminação pelo hiv.
Pelo noticiado dar para imaginar o que acontece de liberalidade sexual entre os frequentadores desse camarote, pois se não fosse assim a sra. primeira dama não haveria se preocupado tanto com os kits do banheiro do camarote. Como vimos o ministro da saúde foi acionado e, também, o secretário de saúde do estado...
Pelo visto as festas gregas perdem feio...
Fica aqui o meu repúdio a essa atitude do presidente e sua primeira dama.
Vanderlúcio Souza
21 de fev. de 2009
Era uma noite fria e tempestuosa. Carol dirige-se ao quarto de Camila, filha caçula que temia os relâmpagos e trovões que maltratavam aquela noite solitária. Parada à porta a jovem mãe observava na penumbra a linda criança que dormia tranquilamente. A criança chamava-se Camila, nome que sempre sonhou em colocar na primeira filha. Um sorriso desponta de seus lábios e ali naquele lugar começa pensar.
A jovem mãe lembrava-se de outra noite também tempestuosa em sua vida. Era fevereiro de 2006. Carol e os amigos tinham escolhido passar o carnaval em Jeri, no litoral cearense. Ainda no carro comentava com sua amiga Bruna: "esse final de semana promete...", disse mascando o chiclete, revirando a bolsa e mostrando para a colega o 'kit', dito, indispensável para os dias de farra, que continha entre outras coisas, camisinhas.
Estas lembranças de Carol foram cortadas bruscamente por pancadas fortes na porta. A chuva intensificou-se. A mãe apavorada tomou em seus braços Camila. Quieta e atordoada a pequena de bochechas rosadas e olhos claros olhava a mãe aflita e dizia-lhe sem parar: "Mamãe não me abandone!”
Um estrondo ainda maior fez-se ouvir. Carol aterrorizada e pressionando-se contra a parede ouvia passos fortes e velozes vindo em sua direção. A jovem não acreditava na imagem à sua frente. Tratava-se de uma espécie de porco selvagem que rosnava ferozmente e aproximava-se com suas presas afiadas e olhos arregalados, fixos em sua filha.
O selvagem animal impiedosamente arrancou a pequena Camila de sua mãe que definhando até o chão, emudecida assistiu toda cena. Catatônica observava as mãos salpicadas de sangue e o ladino animal que calmamente saía do quarto. Ouvia-se do lado de fora da casa algazarra de festa que abafava o choro de Carol e seus histéricos gritos.
Um estriduloso barulho rompeu-se no quarto.
"Calma Carol, calma! Você teve um pesadelo, acalme-se." disse Bruna, amiga de Carol apertando-lhe contra o peito.
Carol suava incontinente. Soltando-se de Bruna corre ao banheiro e puxa da gaveta uma cartela de comprimidos desfalcados de pílulas do dia seguinte. Com o olhar fixo para o nada, arriando-se até o chão lembrava-se do pesadelo e perguntava para si mesma qual daqueles comprimidos havia roubado-lhe Camila naquele carnaval.
Vanderlúcio Souza
artigo publicado no jornal O Povo, hoje (20).
Fortaleza a cada ano se firma como a capital dos retiros de Carnaval. Eles acontecem em escolas, clubes e ginásios, na grande maioria são promoções das Novas comunidades e Renovação Carismática Católica.
O evento mais consolidado da categoria é o Renascer que já acontece há mais de vinte e cinco anos. As músicas, a alegria e as motivações dos animadores contagiam o público que descobre nessa opção diferente de Carnaval uma alegria nova, tem sua fé robustecida e conhecem uma esperança inabalável.
O Renascer deste ano traz como tema principal a Palavra de Deus. Escutá-la e por em prática seu ensinamento é a senha de sabedoria para o homem moderno, este que, tantas vezes, mesmo em meio ao avanço da técnica e absorto diante de suas inúmeras descobertas encontra-se de certo modo carente de sentido de vida, ora parece faltar-lhe um vetor que o oriente rumo á felicidade que busca.
O Renascer é uma excelente oportunidade para quem deseja experimentar algo novo e inaudito. Ao final do encontro para cada um, a surpresa de descobrir-se muito amado e para todos a renovada certeza que podemos protagonizar um mundo, fazendo despontar, assim, a tão sonhada civilização do amor.
As benesses do Renascer são concretas: pessoas que saem da depressão, jovens que iniciam um caminho de abandono das drogas, famílias que são restauradas, ódios que são desfeitos. Enfim, a cultura da Paz, do perdão, do diálogo arregimenta uma multidão de novos de multiplicadores, entre os quais pode estar você. Então sinta-se convidado a Renascer no Carnaval.
Vanderlúcio Souza
http://www.opovo.com.br/opovo/opiniao/856630.html
15 de fev. de 2009
‘Não existe felicidade e sim, momentos felizes’, disse-me Roberto, amigo de infância, numa conversa amistosa depois de sua viagem aos países nórdicos.Continuamos o assunto relembrando o tempo colegial e as farras de final de semana que nos proporcionou conhecer boa faixa do litoral cearense.
Roberto levou-me ao computador e mostrou-me as fotos de seu último aniversário. Rindo-se soltando um sorriso forçado deixou escapulir o comentário– percebi - com uma ponta de angústia: ‘um de meus momentos felizes...’
Daí para frente o papo tomou outro rumo.
Roberto com voz arrastada, além do normal, confidenciou-me seu estado de decepção, ‘desde a adolescência alimentava o sonho de morar só, consegui uma estabilidade, viajar meio mundo...e taí...fiz tudo...procurei o que sempre quis, adquiri tudo, ao mesmo tempo me parece que não encontrei nada”, confidenciou-me.
Disse-lhe enquanto clicava sobre as demais fotos, ‘Sabe Roberto, eu não viajei tanto quanto você e nem tive as suas mesmas oportunidades, mas cara eu descobri algo muito importante...’ Roberto interrompe-me friamente, ‘por favor véi,tu ainda tá nessa, eu já sei o que tu vai falar e sabe muito bem que eu N- Ã- O - A -C -R -E –D- I -T -O em nada disso cara, por que você insiste nesta ilusão de acreditar em Deus caramba!?’
Repliquei no mesmo instante: ‘Ah! tá, ilusão o que eu acredito Roberto, mas tu não acha que ilusão é o que tu buscou e encontrando, taí... esvaiu de suas mãos como água, sumiu como fumaça’.
‘Por isso eu não procuro mais, eu descobri que o importante é o agora Paulo. Não existe um depois, um pra quê. Sabe, – encravando as mãos nos cabelos crespos – assim se vive muito melhor ’, revelou meio perturbado.
‘Vive é!? Ah! Tu chama isso de vida, cara isso é sobrevida. O problema é que você procurou fora de você e outra, você quer culpar Deus...’
Mais uma vez interrompeu-me Roberto: ‘Eu sinto muito Paulo, mas esse papo tu sabe que sempre termina assim, depois a gente se fala’, despediu-se.
Ao volante Roberto lembrava-se do dia de sua primeira comunhão. Recordou que naquele dia, na sacristia Monsenhor André, um religioso amigo da família, o puxou para o canto e ao apontar para o crucifixo disse-lhe, ‘sabe Roberto às vezes a vida parece uma grande confusão. O importante é nunca deixar de acreditar. ’ O idoso e sereno sacerdote Puxando do bolso deu-lhe um cordão com um pequeno crucifixo, o mesmo que ainda trazia consigo e puxava do bolso, franzindo a testa e batendo forte as mãos ao volante.
Ao chegar a casa encontrou um pequeno livro num invólucro muito bem feito, presente de uma amiga da antiga turma da faculdade. Abrindo-o, leu aleatoriamente o trecho que dizia, ‘podemos nos enganar facilmente pensando, como a maioria das pessoas, que a felicidade é uma seqüência de alegrias contínuas. É engano comum a busca ávida pela felicidade, tornando absoluto o que é relativo, fazendo dela um substituto de Deus.’
Ainda meio confuso com tudo aquilo Roberto liga para Paulo e desconcertado pergunta: ‘O que você diria se eu dissesse que gostaria de acreditar... ?’
Paulo, resoluto e despontando um sorriso, num fôlego só, comandou: ‘tô passando agora aí, vamos pra um lugar ali.’
Paulo e Roberto estão entre os milhares que já cruzaram o portal do Ginásio no qual acontece o Renascer 2009.
Dias 22,23 e 24 de fevereiro participe de um retiro de carnaval. Em Fortaleza participe do Renascer, no Ginásio Paulo Sarasate, entrada franca. A partir das 8h30.
Vanderlúcio Souza
Rui, Guanes e Rostabal. Estes são os nomes dos três irmãos do conto O Tesouro, de Eça de Queiroz, literato da língua portuguesa. Bem pequena, a história da trinca fraterna revela o reverso do coração humano, o que este é capaz de fazer quando afoga-se nos mares da maldade.
Certa vez, o andar pelas terras de Roquelane, a tríade consangüínea achou um velho cofre que conservava três chaves. Ao abri-lo, um incêndio de ouro e pedrarias invadiu a visão dos moços. Ao estupor da descoberta entreolharam-se desconfiadamente, mas chegaram a um consenso: a peso de balança dividiriam o tesouro encontrado; antes, porém, escolheram Guanes para ir à cidade vizinha, a fim de comprar víveres e três botelhas de vinho, afinal estavam esfaimados e precisavam comemorar o achado.
À ausência do irmão, Rui, num argumento ludibrioso e ladino enlaça Rostabal e convence-o, ao retorno de Guanes, tirar-lhe a vida para que pudessem dividir somente entre os dois o ouro.
“Ambos se emboscaram por trás de um silvado, que dominava o atalho, estreito e pedregoso como um leito de torrente. Rostabal, assolapado na vala, tinha já a espada nua. Um vento leve arrepiou na encosta as folhas de álamos [...] Rostabal rompeu de entre a sarça por uma brecha, atirou o braço, a longa espada; — e toda lâmina se embebeu molemente na ilharga de Guanes, quando ao rumor, bruscamente, ele se virara na sela. Com um surdo arranco, tombou de lado, sobre as pedras.” (Eça de Queiroz, Contos, O Tesouro. Ediouro:1996)
Com o coração entregue à vileza, Rui não dá trégua à sua maquinação malévola; traiçoeiramente perpassa a folha de sua navalha nas costas de Guanes que encontrava-se de bruços, lavando o rosto respigado de sangue do irmão Rostabal.
Cego pela maldade e seduzido pelo brilho das pedrarias que incandesceu sua mente, Rui passou a solver em goles lentos o vinho trazido por Rostabal, agora inerte ao lado do outro cadáver, o de Guanes.
O desejo exacerbado e mórbido pelo poder, também havia encontrado alojamento no coração de Rostabal. Ao comprar os víveres na cidade, adquiriu somente duas botelhas de vinho nas quais misturou veneno letal comprados no comércio numa cidade vizinha de Roquelane. Numa armação arquitetada também planejava ficar sozinho com o tesouro encontrado.
Diante do cofre cheio de dobrões de ouro achava-se estendido à mercê das aves carnívoras os corpos inertes de Rui, Guanes e Rostabal, vítimas da própria ganância.
Quando li esse conto trágico, cujo desenrolar não trata de unidade, aprendi pela via negativa que, ao quebrarmos a unidade, colocamos em risco a vida de nosso irmão, a nossa própria e a da comunidade da qual pertencemos.
Quando o vetor orientador das relações são, apenas e somente, sentimentos superficiais ditados pela concupiscência, encontram entrada larga a indiferença e o individualismo, braços indolentes que arremessam a pessoa como pássaro à rocha, deixando-a arquejar no próprio sangue.
Somente a graça de Deus pode gerar comunhão, a perfeita Koinonia, a comunhão da Trindade, contínuo derramar e acolher de amor que é paciente, prestativo, não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça, regozija-se com a verdade, do outro, tudo desculpa, crê, espera e suporta” (Cf: I Cor 13,3-8).
Os movimentos de inveja, ganância e individualismo como fortes vagas fizeram quedar mortalmente Rui, Guanes e Rostabal. A fuligem da maldade degustou seus corações, cegou-lhes a visão, empederniu até mesmo o fato de serem filhos do mesmo sangue.
Diante de nossos irmãos, a Caridade de Cristo é a única virtude que pode permear de bondade e proteger-nos dos arrancos selvagens de nosso coração contra a doação. Esta Caridade é possível e a história dos três irmãos de Roquelane poderia ser diferente, a começar se o autor do conto acreditasse no Autor do amor, doador da Caridade fraterna.
Vanderlúcio Souza
Ao longo o avistei. Tratava-se de uma construção fabulosa. A luz do sol banhava-o fazendo resplandecer em suas paredes altaneiras beleza e harmonia irradiantes. Seu formato recordava-me um diamante, suas linhas arquitetônicas concêntricas avultavam uma característica inusitada: o Castelo não possuía teto.
Desejei adentrá-lo.
Embrenhei-me na mata fechada que separava-me da esplendorosa construção. Pondo-me em marcha multiplicaram-se as dificuldades .
À pouca distância de chegar às portas do castelo observei que monstros horripilantes precipitavam-se uns sobre os outros. Eram figuras hibridas e zombeteiras. Por uma fração de segundo transluziam um semblante de beleza, no entanto, efêmeros, esmaeciam como véu desvelando a realidade que se tinha por trás. Um dos monstros, repleto de olhos espalhados em seu corpo aproximou-se e com uma garra afiada perpassou meu antebraço. Seus vários olhos piscavam numa disritmia alucinógena.
Em meio aos seus rosnados pavorosos escutei o seu nome: ‘dispersão’, assim chamou uma outra criatura, esta era velhustra, envergada e trazia envencilhado às costas um pesado embrulho. Murmurava litanias que evocava desespero e noutros momentos esbravejava imperativos imprecatórios: ‘você não vai conseguir’, ‘isto não é para você’, ‘veja só quem é você’. A esta última frase mostrou-me uma foto minha enlameada.
De seus lábios ressequidos e virulentos ouvi um riso entrecortado por lances de tossidos que alteavam à medida que fazia quedar minha cabeça.
Olhando o chão putrefato, cheio de visgo enxerguei algo inaudito, um filete de água mui límpida e transparente. Ao observar melhor percebi que vinha dos rumos do Castelo. Isto foi o suficiente para que eu erguesse novamente o olhar. Fixei-me na porta de entrada do Castelo, encimada dum emadeiramento com a epígrafe: “NUNCA DEIXE A ORAÇÃO”.
O agouro dos monstros aumentou e com ele o furor. Joeiravam maus dizeres eivados de ódios e votos mórbidos. No entanto, uma voz interior distinguia-se das demais e como um vetor orientava-me, encorajava-me e conduzia-me: “não pares, Eu sou a porta, Eu te escolhi, prossiga”.
Ao chegar aos umbrais da porta os percebi respingado de sangue. Uma paz de efeito inenarrável envolveu-me e fez-me compreender que nunca devo deixar a vida de intimidade com o Senhor. Descobri ali que a oração precisa ser perseverante.
É no Senhor que devo fixar-me e não nos meus pecados e fraquezas que tentam por primeiro esvair a reserva preciosa da oração.
Vanderlúcio Souza
13 de fev. de 2009
Olá, tudo bem?
Estava pensando e comecei a observar que o mundo de hoje é marcado pela superficialidade. Só importa o agora, as manchetes, o que é quantitativo e não qualitativo. Nessa perspectiva enumero algumas constatações de análises superficiais que rotulam deste modo as realidades e pessoas:
Jesus Cristo não passa de um mero pacifista, como tantos outros, ou um psicólogo (dizem que o maior de todos os tempos), ou um administrador, um líder, diga-se, servidor. Estas análises possuem alguns resquícios de verdade, porém incompletas.
Madre Teresa de calcutá foi uma mulher de filantropia e só. A diferença entre ela e a princesa Daina nenhuma, dizem os comentários míopes.
São João da Cruz, santa Tersa de Jesus e outros místicos da Igreja como avaliados como loucos, esquisofrênicos na linha da psicologia moderna quando na verdade eram pessoas de profunda vida de oração e comunhão com as pessoas.
Os cristãos que hoje vivem a radicalidade do evangelho e dizem não aos contra valores são taxados de alienados. João Paulo II mesmo considerado o homem do século nunca recebeu o Nobel da Paz, isso porque não coadunava com os métodos contraceptivos artificiais.
Virtudes como a humildade, honestidade, pudor, justiça parecem soar muito mal na boca e o pior, nas ações de nossos coetâneos.
Dizem os superficiais que qualquer religião serve, o que importa é falar de Deus. Mas sabemos que não é bem assim.
Rejeita-se acreditar em uma verdade absoluta, em um Deus criador enquanto multiplica-se a crença em duendes, elementos da natureza e outras crendices primitivas.
Quando lembrar de mais coisas torno a postar. Até mais!
A natureza chora.
Eu, com ela pranteio
Sua chuva, lágrimas de tantos
Ao longe, ouço o trovão.
Tão perto, escuto uma voz.
Conforta-me! Folga-me!
Não temas, eu estou contigo.
Refulgio-me ,abrigo-me,
A chuva deságua torrencialmente.
Quieto,silencioso,
Incólume permaneço, qual pássaro à fenda da rocha
A chuva precisa cair.
Eu, enquanto ela cai,
Necessito esperar".
9 de fev. de 2009
A dinâmica de nossa vida é muito interesaantante. Ela se dá no tempo,e, este, irremediavelmente não pára, passa, passa muito rápido e com ele aquilo que vivemos. Fica somente o essencial, aquilo que é transitório, acessório não consegue sequer deixar espectros, embora estes queioram apavorar, mas só conseguem por alguns momentos.
Amadurecemos, crescemos, abrimos os olhos para novas realidades e, de repente, quando nos deparamos com situações similares a outras já vividas temos, enfim, a oportunidade de tomar uma decisão diferente da anterior, caso aquela não tenha sido a melhor. É, tudo passa, mesmo.
O papa Bento 16 disse na segunda-feira (22/12/2008) que “salvar” a humanidade do comportamento homossexual ou transexual é tão importante quanto salvar as florestas do desmatamento.
“(A Igreja) também deve proteger o homem da destruição de si mesmo. Um tipo de ecologia humana é necessária”, disse o pontífice em seu discurso na Cúria, a administração central do Vaticano.
“As florestas tropicais merecem nossa proteção. E os homens, como criaturas, não merecem nada menos do que isto”.
A Igreja Católica prega que, embora a homossexualidade não seja um pecado, os atos sexuais são. Ela se opõe ao casamento gay e, em outubro, uma importante autoridade do Vaticano chamou a homossexualidade de “desvio, irregularidade, ferida”.
O papa disse que a humanidade precisa “ouvir a linguagem da criação” para entender os papéis de homens e mulheres. Ele afirmou que os comportamentos que vão além das relações heterossexuais são “a destruição do trabalho de Deus”.
Ele também defendeu o direito da Igreja de “falar sobre a natureza humana como homem e mulher, e pedir que esta ordem da criação seja respeitada”.
A eperança não decepciona, a esperança cristã, aquela que é uma substância, como diz o papa Bento XVI. Ela traz o futuro para o presente, nos apresenta a eternidade como de fato ela é. Além de nos revigorar as forças no nosso cotidiano fastidioso, assim escreve o pontíficie: "uma esperança fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho."
7 de fev. de 2009
Uma das experiências mais difícieis de ser enfrentada é a prova da dor. O homem moderno busca a todo custo anestesiar-se, entrar numa espécie de catarse, na qual a dor seja banida. Daí passa a perseguir uma vida dada ao prazer, exclusivamente. Mas fato é que é dor é inerente à condição humana, bem como o sofrimento.
Também é importante que fique claro que ela (a dor) não deve ser buscada por si só, isso seria cair no masoquismo, aliás, uma comprrensão errônea de como se encarar a dor e que cresce entre as pessoas.
Acredito que todos podem comprovar que após uma experiência de sofrimento, vivida com o mínimo de maturidade somos de alguma forma renovados. Algo em nós muda, reluz, alicerça-se.
Havia um filósofo, Heráclito, que tinha como máxima a epígrafe que "uma pessoa não pode entrar duas vezes no mesmo rio", isso porque as águas, sempre correntes, impediriam tal acontecimento.
Guardando as devidas ressalvas quanto ao pensamento do filósofo, em parte existe razão em sua afirmação. Não podemos passar por um sofrimento e permanecer o mesmo, bem como não enfrentamos experiências de dor semelhantes da mesma forma, sempre algo em nós é mudado, modificado.
É bem certo que ao atravessar o rio de águas revoltas somos tomados de medo, incerteza e outros sentimentos que nos impedem de fixar a visão na margem seguinte. Lá está a segurança, a terra firme.
Podemos chegar ao outro lado do rio e quando necessário fazer o caminho de volta sabendo que não somos os mesmos, pois estamos mais maduros, experientes, versados na dor, acrisolados no sofrimento, resistente à fuligem da desventura, cheios de uma bravia e resoluta decisão de ser melhor, de acertar o alvo.
2 de fev. de 2009
Luz chegou à terra de Roca ainda na juventude, aos 140 anos. Um lugar aparentemente calmo, convidativo à permanência. Seus habitantes à primeira vista eram calmos e amistosos.
Em Roca, o continente era dividido em três níveis..O primeiro,localizado no topo habitavam os seletos. Lá estava a energia que movia toda engrenagem das outras duas esferas. A segunda esfera era um pouco afastada da primeira, contudo existiam vínculos estreitos entre as duas realidades. Já na terceira esfera os seus habitantes olhavam extasiados para os das outras duas e ficavam a suspirar quando poderiam atingir um dos andares superiores.
Luz ignorava por completo o que existia além dos muros de Roca. Nesta cidade embrenhou-se e nela viveu, ao todo, uns 130 anos.
Qual não foi o choque do moço o sair da primeira esfera.
Maior ainda foi o espanto de descobrir que existia vida além de Roca.
Aparentemente vencido por Artenisio, o insidioso, Luz foi deportado ao vale das lágrimas. Um lugar cortado por regatos e habitado de um silêncio sepulcral. Ouvia-se apenas o barulho das águias e uma onomatopéia de soluços produzidos nas pequenas montanhas. Não existia dia ou noite, era iminente a escuridão. Um clima frio e nebuloso permanecia e envolvia o moço.
Ao sair, uma das primeiras vezes aos arredores de Roca, a cidade que parecia o paraíso perfeito, Luz encontrou Tchiane, uma circense, na opinião dos moradores de Roca, uma infeliz. Tchiane gostava de agradar, ao jovem Luz deu-lhe uma bola e um gato, presentes de sua raça.
Luz suspirava noite e noites lembrando-se de Roca. A imagem da terra que idealizara desfazia-se como a fumaça ao vento. Com a alma marcada pelo sofrimento o jovem sabia que tinha muito o que aprender. Uma das coisas era descobrir que perfeição não existia em Roca. Aliás, isso ele sabia, só não considerava a verdade.
(...)
Em breve confira a continuação deste conto-crônica. Quer saber mais sobre Roca? é só deixar sua pergunta ou comentário aqui no Blog.