5 de jan. de 2010

Luz a busca da aldeia dos esperançosos

Ainda era dia e a escuridão degustava a última claridade. Luz amotinado pelas lembranças de outrora sucumbia com o eclipse. Arranjou apenas um espaço no recôndito da montanha para deitar-se e recompor as forças para continuar a jornada de saída do vale das lágrimas e chegar a aldeia dos esperançosos, um povo de que ouviu falar ainda quando habitava Roca.

No alforje algumas pedras luminosas, suas únicas armas. Recebera de Simeon o velho sábio das encostas da montanha da divisa. "Não se renda às inclinações do seu coração", era o conselho que ressoava em sua mente. A voz de Simeon parecia tilintar e acordá-lo de um torpor.

Luz se deu conta que não podia ficar parado naquele ermo. Ergueu-se e correu de súbito até esbarrar na margem do rio íngreme. Obstinado agora pelo seu destino o jovem correu e atirou-se nas águas cristalinas e gélidas. Em muito pouco estava à nado e mais um pouco chegara à outra margem.

Sem forças caiu de braços abertos. Rosto em terra, mas pensamento no fim de sua jornada. Estava mais perto. Enquanto isso na encosta, simeon, á luz dos candelabros lia com voz suave e confiante, "Israel que o diga se Yahweh não estivesse comigo, as águas me teriam chegado ao pescoço e eu haveria de submergir".

(Contos: Existe vida além de Roca)

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