1 de abr. de 2019

Diário Missionário: Lagoinha, carroça e gratidão

 A viagem de Fortaleza até Ocara foi muito tranquila neste último final de semana de Março. Sem chuvas, poucas paradas e sem contratempos. Por incrível que pareça chegamos primeiro que a Regiane rsrsrs , poucos minutos, mas chegamos. Regiane é um anjo de Deus que muito ajuda a nossa paróquia de Ocara.

Cada final de semana uma nova aventura.

  Eu e Deusimar , meu irmão seminarista nesta missão, demos uma volta na praça da matriz, coisa que ainda nao tínhamos feito. Comemos pastel, conversamos e voltamos para a Casa Paroquial .

 Dia seguinte foi a vez de conhecer a Lagoinha, localizada proxima à comunidade da Serragem, vizinha à Vila São Francisco.
Cliques da Missão. 
 Ficamos pela manhã na casa da Elisângela, que nos acompanhou nas visitas às famílias . Ainda sentida com a perda da mãe, Elisângela contou-nos em detalhes a Páscoa de dona Luisa, falecida em julho de 2015.

Em sua história chamou-me atenção a participação de Padre Reginaldo Manzotti . Este sacerdote é 'onipresente' nos lares por onde passamos. Foi logo depois de ouvir o programa do padre que sua mãezinha fez sua páscoa, nos disse emocionada.

Cliques da Missão. 

 As visitas foram mais uma vez muito boas. Idosos, pessoas que estavam distantes da Igreja , outras que estavam pretendendo regularizar sua situação sacramental.

Saio sempre enriquecido desses encontros, pois tocamos bem a humanidade das pessoas. Elas por sua vez nos permitem entrar em suas casas, suas vidas. Partilham dores, alegrias e esperanças que de algum modo passam a ser nossas.

 O almoço foi na casa da dona Izolda, uma simpatia.  Ao chegarmos na casa fruiu uma conversa boa com o Valdenir, um jovem da comunidade vizinha da Baixa Grande que falava sobre seu ofício de cortador de castanha, uma das poucas fontes de renda da região.

São mais de duas toneladas da flor do cajueiro que a família do rapaz corta ao mês. Faz isso desde criança. Tem profissionalismo, é determinado e as mãos traz as marcas da castanha, trabalho que garante o sustento da família.


 À tarde, o encontro foi com as crianças da catequese, uma turma de 10 crianças e  2 catequistas . Atentas  ouviram a pregação do Deusimar sobre a Eucaristia e a importância de se prepararem bem para este sacramento.
Cliques da Missão. Alegria de andar de carroça. 

Antes da celebração, aventura. Ida de moto para a Casa que nos ofereceu o jantar, vinda de carroça. Uma carona com o seu Simplício, um senhor simpático que findava seu dia de trabalho.


 Na celebração, gratidão a Deus. A capela estava cheia. Bom sinal, pois não é fácil chegar até ela por conta dos caminhos castigados pela chuva.

 Por falar em estradas , os caminhos estavam sofríveis. Prefeitura mandara um trator depois de demanda da comunidade. Serviço foi feito pela metade, mais um descaso com a comunidade.

 No sábado, presenciamos a iniciativa de algumas mulheres que colocaram  mãos à obra e elas mesmas  taparam os buracos de lama, com entulhos.

 Agora estou aqui em um alpendre , cadeira de balanço, ouvindo apenas o barulho dos insetos noturnos , sem wifi, e com o coração cheio de gratidão.

Fomos acolhidos na casa do  Cis, irmão da  Elisângela, um batalhador que mantém viva a história de sua mãe contando -nos, cheio de alegria, sobre sua vida fecunda e a força de criar 8 filhos depois da morte inesperada do esposo ainda jovem. Exemplos que levamos para a vida toda.









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