17 de jun. de 2011

Tudo começou no pé de cajarana

Apesar do tempo ele continua frondoso
Todas as vezes que precisamos lançar um olhar sobre nossa história novas coisas surgem. Seja um detalhe, uma perspectiva diferente ou mesmo uma lembrança. Nos parágrafos abaixo recordo um pouco de minha história com a comunicação, uma paixão que vem da infância desde os tempos de meu saudoso pé de cajarana.
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Desde criança sempre gostei de comunicação. Acredito que por influência de meus pais. Lembro-me que por volta de cinco anos eu gravava algumas músicas num aparelho antigo que eles tinham comprado e que funcionava à pilha.

Aliás, energia elétrica vim ter na minha casa quando eu cerca de 7 anos. Até então o meio de comunicação principal era o rádio. Gostava de durante a noite buscar sintonizar emissoras de outros estados. Achava fascinante.

Assim que foi instalada a energia em nossa casa no interior do munícipio de Morrinhos (Poço Branco) parecia um cinema. Ela encheu de vizinhos, todos querendo assistir à tv. Jornal e horário eleitoral eram muitos esperados e comentados, notícia a notícia, promessa a promessa. Depois vinham as novelas e demais programas como Viva o gordo, Chico Anysio, etc.

Junto com meu irmão imitávamos os apresentadores do jornal Nacional, improvisávamos uma bancada, segurávamos algumas folhas e 'apresentávamos' o noticioso. Nosso pai era um telespectador assíduo de nosso telejornal.

Por volta dos doze anos descobri um ótimo lugar para brincar de rádio e tv. Em nosso quintal, um frondoso pé de cajarana  serviu de base e assento para criar diversas programações. O tronco da antiga árvore possuía um concha em sua ramificação na qual me sentava e ficava horas a fio pensando e escrevendo, não necessariamente nesta ordem.

Foi quando "inventei" uma rádio. Em minha imaginação ela precisaria ser AM e FM e o mais difícil, possuir em seu nome possuir estas siglas. Depois de um longo tempo de especulação e testes enfim achei o nome para a emissora, estava começando então a rádio Fama AM e FM ( fAMa e FaMa).

Depois de criada a Rádio a tarefa era elaborar uma programação para as duas e foi o meu empreendimento. Respeitando as diferenças próprias de cada estilo criei a programação que era exigente e cumpria 24 horas, sendo que nos finais de semana apresentava  ainda outra grade.

Depois das rádios foi a vez de uma amissora de Televisão. Levou a mesma alcunha das rádios e ali surgiu nomes de programas que anos depois vejo na programação das televisões atuais, talvez por sua obviedade. Um deles é o terceiro tempo, outros não recordo no momento.

Comecei a descobrir também a escrita e me pus a escrever 'livros'. Todos apenas começados, nunca terminados. Tinha o tragi-romance Milton e Cléa, o drama Eu e meu Eu e um que me detive muito em pesquisa, não recordo o título mas tratava-se de uma história mirabolante, destas fantasiosas com direito a velho sábio, cidade imaginária, jovens aventureiros e uma montanha tenebrosa.

Num momento de desatino até hoje inexplicado, no ano 2000 queimei os cadernos nos quais tinham todas estas anotações. Contudo, o gosto e a afinidade com os meios de comunicação não ficaram nas cinzas. Cresceram e até hoje me acompanham.

Não tenho o pé de cajarana, mas a criatividade continua a mesma, um pouco mais instigada. A semente floresceu e cresceu. Quanto aos frutos espero que estes nasçam viçosos e saborosos. É isto.

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